sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A caixa dos sentimentos

O Amor andava ansioso

para descobrir o que o Coração

andava pensando.

Por mais que tentasse descobrir,

sempre o Coração encontrava

uma desculpa para escapulir.

O Amor ja havia habitado

esse mesmo Coração,

mas já fazia muito tempo

e ele morria de aflição,

porque não sabia como seria

recebido pelo Coração.

Inventava mil maneiras

para se aproximar,

mas o Coração não abria as

portas para o Amor entrar.

O Amor então tomou uma decisão:

Procurou o Coração

e pediu a ele permissão,

para dar só uma espiadinha,

para ver como andava o coração.

Bateu à porta e percebeu

que a fechadura estava

enferrujada,

tal o tempo em que aquela

porta estava fechada.

Talvez o coração nem soubesse,

dessa triste condição,

porque passava a maior

parte do tempo na escuridão.

O Amor entrou,

acendeu a luz do Coração

e percebeu ali que havia sido

guardado um tesouro,

que valia muito mais que o ouro,

reluzia tanto que ofuscava a

visão do Amor.

O Amor se aproximou

e encontrou uma caixinha fechada,

com uma fita amarrada.

Desatou a fita

e foram sainda da caixinha

os sentimentos que o Coração

havia guardado:

- A felicidade, o Afeto, a Ternura,

a Sensibilidade, o Amor
e a Candura

e vários outros sentimentos,

que o Amor foi recolhendo,

a medida que eles iam aparecendo.

De posse de todos esses

sentimentos,

o Amor chamou o Coração

e a ele confessou,

que gostaria de viver para sempre,

morando naquele coração,

e os dois então decidiram,

que as portas jamais se fechariam

enquanto houvesse emoção,

e o Coração aceitasse

viver com toda essa ilusão.


Débora Benvenuti

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