sexta-feira, 15 de junho de 2012

O velho samurai

Perto
de Tóquio vivia um grande samurai: já idoso, adorava ensinar
sua filosofia para os jovens.
Apesar da sua idade, corria a lenda que ele ainda era capaz de derrotar
qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos
apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação;
esperava que o seu adversário fizesse o primeiro movimento e
dotado de uma agilidade privilegiada contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta e conhecendo
a reputação do velho samurai estava ali para desafiá-lo,
aumentando a sua fama de vencedor.
Todos os estudantes manifestaram-se contra a idéia, mas o velho
aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade e o jovem
começou a insultar o mestre. Chutou algumas pedras em sua direção,
cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho mestre permaneceu
impassível. No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado
o impetuoso guerreiro se retirou.
Desapontados pelo fato do mestre não ter reagido a tantos insultos
e provocações, os alunos perguntaram:
– Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não
usou sua espada, mesmo sabendo que podia    perder a
luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
Se alguém chega até você com um presente
e você não o aceita, a quem pertence o presente?

Perguntou o velho samurai aos seus discípulos.
– A quem tentou entregá-lo, senhor! – responderam.
O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos!
disse o mestre.
Quando não são aceitos, continua pertencendo
a quem os carrega consigo!

Ovos, Cenoura ou Café, na verdade quem você é?

Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia.
Seu pai, um cozinheiro, levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.
A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.
Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma tigela. Virando-se para ela, perguntou:
- Querida, o que você está vendo?
- Cenouras, ovos e café. - ela respondeu.
Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras.
Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.
Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.
Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.
- O que isto significa, pai?
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.
A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil.
Os ovos eram frágeis - sua casca fina havia protegido o líquido interior, mas depois de terem sido fervidos na água, seu interior se tornara mais rijo.
O pó de café, contudo, era incomparável; depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água.
Ele perguntou à filha:
- Qual deles é você, minha querida? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha, torna-se frágil e perde sua força? Ou será você como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de alguma perda ou decepção se torna mais duro, apesar de a casca parecer a mesma? Ou será que você é como o pó de café, capaz de transformar a adversidade em algo melhor ainda do que ele próprio?
Somos nós os responsáveis pelas próprias decisões. Cabe a nós - somente a nós - decidir se a suposta crise irá ou não afetar nosso rendimento profissional, nossos relacionamentos pessoais, nossa vida enfim.
Ao ouvir outras pessoas reclamando da situação, ofereça uma palavra positiva. Mas você precisa acreditar nisso. Confiar que você tem capacidade e tenacidade suficientes para superar este desafio.
Uma vida não tem importância se não for capaz de impactar positivamente outras vidas.